28 de jan. de 2009
NOS EUA, OBAMA. EM MG, "CRIOULO MACACO"
Retirado do site Novo Jornal. 22/01/2009
Enquanto comemora-se a posse de um presidente negro nos EUA, elite governamental mineira pratica impunemente o racismo
Na última sexta feira (16), enquanto o mundo inteiro preparava-se para a posse do primeiro presidente negro eleito nos Estados Unidos, comemorando o avanço e amadurecimento de uma sociedade que já foi considerada uma das mais racistas do mundo, em Belo Horizonte, capital mineira, uma funcionária do primeiro escalão do governo praticava impunemente o racismo.
O segurança Antonio Carlos de Lima, funcionário de uma loja na região da Savassi, área nobre da capital, ao cumprir seu dever solicitando à secretária do vice-governador de Minas Marcela Amorim Brant, filha do ex-deputado federal Roberto Brant, para que não estacionasse seu veículo em local proibido, de uso exclusivo da loja, recebeu como resposta diversas ofensas, em clara prática de preconceito racial. "Seu crioulo, seu macaco, ja dei queixa de você lá dentro da loja".
Chamada, a Polícia Militar compareceu ao local colhendo depoimentos e o testemunho de quem presenciara o fato, encaminhando a secretária do vice-governador e o segurança para a delegacia. O que ocorreria a seguir vem comprovar que em Minas Gerais, a lei não alcança aos que estão no governo.
O que até então era conduzido dentro da lei, tomou outro caminho. Os policiais que faziam a ocorrência passaram a ser pressionados por capitães e coronéis da Polícia Militar. Abertamente pretendiam interferir no trabalho dos policiais, na tentativa de impedir o andamento do boletim de ocorrência.
Antonio Carlos Lima, o vigia ofendido, fez questão de relatar à reportagem do Novojornal: "Agradeço aos tenentes e aos cabos da cia. 22 que, apesar da pressão sofrida, através de constantes telefonemas do alto escalão, fizeram seus trabalhos, garantindo a mim a integridade moral e emocional."
Embora o crime de racismo seja inafiançável, depois de quase 6 horas na delegacia, onde compareceu uma equipe de reportagem de TV, que gravou ao vivo, e outras equipes de reportagem já não mais tiveram acesso. A tentativa de mudança de delegacia e o encaminhamento imediato da acusada para o fórum acabaram não dando em nada.
Até hoje, quase uma semana depois, nem mesmo uma nota sobre o assunto as entidades ligadas ao movimento negro e direitos humanos em Minas Gerais emitiu.
A situação dos direitos civis em Minas Gerais beira o absurdo, quando chegamos a ponto de membros do comando da Polícia Militar tentarem interferir para que seus subordinados não cumpram a lei, favorecendo a elite governamental e a demonstração cabal de que em Minas não existe lei para quem está no governo.
Cópia do boletim de ocorrência
Enquanto comemora-se a posse de um presidente negro nos EUA, elite governamental mineira pratica impunemente o racismo
Na última sexta feira (16), enquanto o mundo inteiro preparava-se para a posse do primeiro presidente negro eleito nos Estados Unidos, comemorando o avanço e amadurecimento de uma sociedade que já foi considerada uma das mais racistas do mundo, em Belo Horizonte, capital mineira, uma funcionária do primeiro escalão do governo praticava impunemente o racismo.
O segurança Antonio Carlos de Lima, funcionário de uma loja na região da Savassi, área nobre da capital, ao cumprir seu dever solicitando à secretária do vice-governador de Minas Marcela Amorim Brant, filha do ex-deputado federal Roberto Brant, para que não estacionasse seu veículo em local proibido, de uso exclusivo da loja, recebeu como resposta diversas ofensas, em clara prática de preconceito racial. "Seu crioulo, seu macaco, ja dei queixa de você lá dentro da loja".
Chamada, a Polícia Militar compareceu ao local colhendo depoimentos e o testemunho de quem presenciara o fato, encaminhando a secretária do vice-governador e o segurança para a delegacia. O que ocorreria a seguir vem comprovar que em Minas Gerais, a lei não alcança aos que estão no governo.
O que até então era conduzido dentro da lei, tomou outro caminho. Os policiais que faziam a ocorrência passaram a ser pressionados por capitães e coronéis da Polícia Militar. Abertamente pretendiam interferir no trabalho dos policiais, na tentativa de impedir o andamento do boletim de ocorrência.
Antonio Carlos Lima, o vigia ofendido, fez questão de relatar à reportagem do Novojornal: "Agradeço aos tenentes e aos cabos da cia. 22 que, apesar da pressão sofrida, através de constantes telefonemas do alto escalão, fizeram seus trabalhos, garantindo a mim a integridade moral e emocional."
Embora o crime de racismo seja inafiançável, depois de quase 6 horas na delegacia, onde compareceu uma equipe de reportagem de TV, que gravou ao vivo, e outras equipes de reportagem já não mais tiveram acesso. A tentativa de mudança de delegacia e o encaminhamento imediato da acusada para o fórum acabaram não dando em nada.
Até hoje, quase uma semana depois, nem mesmo uma nota sobre o assunto as entidades ligadas ao movimento negro e direitos humanos em Minas Gerais emitiu.
A situação dos direitos civis em Minas Gerais beira o absurdo, quando chegamos a ponto de membros do comando da Polícia Militar tentarem interferir para que seus subordinados não cumpram a lei, favorecendo a elite governamental e a demonstração cabal de que em Minas não existe lei para quem está no governo.
Cópia do boletim de ocorrência
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