27 de jun. de 2009

“É censura”, diz Lula sobre a 'lei Azeredo'

As declarações do presidente Lula fizeram sucesso no 10º Fórum Internacional do Software Livre. Depois de chamar o coordenador do evento, Marcelo Branco, de “ grande amigo” e fazer um cumprimento especial ao professor Sérgio Amadeu, o maior ativista contra a lei de cibercrimes do senador Azeredo, Lula começou um discurso interrompido por muitos aplausos. “A Dilma (Rousseff) já falou pelo governo”, brincou o presidente após a fala recheada de números sobre a inclusão digital e o uso do software livre da ministra Chefe da Casa Civil.

Lula se colocou entre os fundadores do movimento do software livre no Brasil: “Comer desse prato do software livre agora é fácil mas o difícil foi fazê-lo, quando há anos atrás me convenciam da importância”. O Presidente agradeceu à comunidade do software livre que o fez optar pela liberdade: “Ou a gente ia pra cozinha e fazia um prato com o tempero brasileiro ou comia o que a Microsoft oferecia”.

Lula também foi direto no ataque ao projeto de lei do Senador Azeredo - em tramitação - acusada pelo 10º FISL como a instauração da vigilância na internet brasileira. Ele disse que não podia vetar a lei, como pedia um cartaz erguido pela platéia, porque “ainda nem foi aprovada”. No entanto, declarou que “esta lei quer fazer censura” e completou com um aviso ao Ministro Tarso Genro, também no evento: “Precisamos mesmo mudar o código civil e responsabilizar a cultura digital ao invés de começar pela vigilância, afinal nesse governo é proibido proibir”.

Por Tadzia Maya, para o UOL Tecnologia

25 de jun. de 2009

Documentação e memória do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá serão digitalizados na Bahia



Um dos mais tradicionais terreiros da Bahia, o Ilê Axé Opô Afonjá terá o seu Centro de Documentação e Memória Afonjá digitalizado. A inovação tecnológica chega graças a uma parceria da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) com a Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb), e as Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA).

A assinatura do protocolo de intenções que viabiliza esta digitalização acontece amanhã (17), às 10h30, na sede da entidade em São Gonçalo do Retiro, com participação da secretária Luiza Bairros, do Diretor presidente, Elias Sampaio, e a presidente Fátima Mendonça, respectivos titulares dos órgãos parceiros.Como resultado da articulação da Sepromi junto a outros órgãos do Governo do Estado, o Terreiro do Axé Opô Afonjá receberá ainda este ano, um centro digitalizado para o arquivamento do seu acervo e história.

“Logo que recebemos a solicitação do Terreiro, avaliamos a necessidade de não apenas criar as condições para apoiar o Centro de Documentação, mas de uma ação de mais longo prazo que venha a possibilitar a efetiva preservação de parte fundamental da história da cultura negra na Bahia”, comenta a secretária Luiza Bairros.

Dentro destas negociações, a Sepromi conseguiu assegurar ao projeto, a assistência técnica da Prodeb, com suporte tecnológico para a cooperação institucional no âmbito técnico e cultural. "Nós vamos fornecer a rede lógica e elétrica, link para Internet e os computadores, scanner e a impressora para a digitalização do acervo", informa o presidente da Prodeb, Elias Sampaio.O Terreiro que em 2010 completa um século de existência, possui o Centro de Documentação e Memória Afonjá, especializado em cultura africana e afro-brasileira.


Dentro dele, pode-se encontrar um extenso material bibliográfico, etnográfico e histórico que servirá de base para a implantação de um banco de dados para consulta on line. Esta digitalização do acervo do centro de documentação do Ilê Axé Opô Afonjá reforça o compromisso da Sepromi em participar e apoiar as ações da sociedade civil, amplia as margens de pesquisa e divulgação da cultura.

Para o diretor da Prodeb, Elias Sampaio, o projeto do vai possibilitar o suporte às áreas governamentais voltadas para a execução de políticas públicas de igualdade e promoção sociais de mulheres, homens, negras e negros, de enfrentamento e combate das desigualdades sócio-econômicos que resultem na inclusão social da comunidade afro-descendente no Estado da Bahia.Sobre o Terreiro do Axé Opô Afonjá A história do Terreiro do Axé Opô Afonjá começa em 1910, quando Eugênia Anna dos Santos fundou numa roça adquirida no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Kêtu do Axé Opô Afonjá. O terreiro possui uma área de cerca de 39.000 m2 ocupada por edificações de uso religioso, habitacional e uma vegetação densa que constitui um do poucos espaços verde das redondezas.


Em 1978, Mãe Stella inicia uma obra cultural e social com a fundação de uma creche-escola, de um museu da tradição religiosa, de uma biblioteca de referência para pesquisadores e estudiosos, de sucessivas encontros, debates e seminários, a exemplo do Festival Internacional de Alabês, xicarangomas e runtós, reuniu os melhores músicos sacerdotes do Brasil e do exterior, em 2003, para discutir a herança africana e realizar o primeiro seminário 'Xangô na África e na diáspora'.

A Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá é a entidade civil mantenedora do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e dos diversos projetos sociais, culturais e educacionais que nele se desenvolvem. Com a digitalização do Centro de Documentação e Memória Afonjá, e a proposta de disponibilizar o acervo on line, coloca a Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá na vanguarda das experiências inovadores de democratização na transmissão dos valores fundamentais da tradição africana no mundo.

Fonte: Você Repórter - Camila França - SEPROMI
Fonte: http://www.correionago.com.br/destaques.php?inot=358