3 de jan. de 2009

UNTRACEABLE ? FILME EXAGERA A DIMENSÃO DO CIBERCRIME...


O filme Untraceable (traduzido com "Sem Vestígio") é um thriller policial sobre a Internet. Bastante ambíguo, o filme mostra uma divisão do FBI encarregada de policiar o ciberespaço. A rede é apresentada como um ambiente inóspito. O roteiro dá a entender que a Internet transforma pessoas e instiga instintos agressivos e desumanos. Untraceable trata de uma perseguição de um criminoso que convida os internautas a ajudarem a matar suas vítimas "em tempo real".


No filme, o streaming do criminoso não pode ser rastreado. Quantos mais internautas visitarem o site "killwithme" (mate comigo), mais rapidamente suas vítimas são assassinadas. No final, a polícia descobre a verdadeira identidade do criminoso, não pela perseguição do IP, mas por um trabalho de intelgência que envolve dicas deixadas por um policial que é morto "on-line". Interessante é observar que a comunicação descentralizada não pode ser considerada criminosa como alguns querem. O filme tem uma relação contraditória com isto, pois em várias passagens ora a "neutralidade da rede" é atacada, ora "a rede wireless aberta" é considerada um grande risco. Para alguns, o filme irá reforçar a idéia de que a Internet é uma rede inaceitável por abrigar criminosos, loucos, psicóticos e pedófilos.


Para outros, fica evidente que a Internet apenas é um veículo de comunicação horizontal que aproxima as pessoas, superando a territorialidade. Criminosos existem na sociedade. Assim como andam nas ruas, andarão pelo ciberespaço. A rede dá visibilidade aos comportamentos desviantes que a sociedade considera como prática inaceitável. Retirar da sociedade a possibilidade de comunicação distribuída, completamente sem centro, não parece que nos aliviará do comportamento criminoso, nem eliminará a fonte dos psicóticos.


No site do filme Untraceable exite uma entrevista com um ex-agente especial do FBI, expert em cibercrimes, que fala sobre crimes na Internet. provavelmente foi o consultor do filme. Vale a pena observar como responde as perguntas que a produção do filme estruturou como um FAQ. Também é interessante observar o Game que reproduz a tela dos policiais do filme e o diálogo em um chat com o criminoso.


Há 5 anos atrás.... parece que foi este ano [2009]

22 Junho 2004

Engraçado, aquela empresinha de m* que eu nem perco tempo citando o nome está processando o Sergio Amadeu, do ITI, por ele ter declarado numa matéria da revista Carta Capital o seguinte:

Na defesa do software livre, Amadeu não poupa críticas à Microsoft, a quem acusa de "prática de traficante" por oferecer o sistema operacional Windows a alguns governos e prefeituras para a instalação em programas de inclusão digital. "Isso é presente de grego, uma forma de assegurar massa crítica para continuar aprisionando o País."

Parágrafo copiado da matéria (link aqui)


Bem, e o que dizer da declaração abaixo do Bill Gates?

"Apesar de cerca de 3 milhões de computadores serem vendidos a cada ano na China, as pessoas não pagam pelo software. Algum dia eles pagarão, no entanto. Já que eles vão roubá-lo, nós queremos que eles roubem o nosso. Eles se tornarão como que viciados, e então, de alguma forma, nós descobriremos como cobrar por ele em algum momento da próxima década."

Bill Gates, em entrevista à revista Fortune, de 20/07/1998

Curioso, não?

Entrevista: Sérgio Amadeu defende direitos do cidadão na internet


Regular a internet faz sentido se for para assegurar a liberdade de comunicação e a cidadania no ciberespaço – como uma verdadeira ''esfera pública transnacional''. Se começar a ser regulamentada para fazer valer controles autoritários e interesses políticos locais, haverá desequilíbrio entre liberdade e segurança, privacidade e controle. Esta é a opinião do sociólogo Sérgio Amadeu, professor da pós-graduação da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, militante do Software Livre, entrevistado do mês do e-Fórum.




A quem interessa o Projeto de Lei nº 89/2003 que circula na Câmara?


Sérgio Amadeu – O projeto foi redigido para atender, principalmente, aos interesses do bancos, da comunidade de segurança e da indústria internacional do copyright. Em particular, o projeto Substitutivo do Senador Azeredo (na Câmara denominado de PL 89/99) possui artigos que implantam uma situação de vigilantismo que não impedem a ação dos crackers, mas abrem espaço para violar direitos civis básicos, para reduzir as possibilidades da inclusão digital e transferir a toda a sociedade os custos de segurança que deveriam ser apenas dos bancos. Por isso, a sociedade civil, pesquisadores de cibercultura e milhares de pessoas assinaram o ''Manifesto em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento na Internet Brasileira'' – já ultrapassou 125 mil assinaturas.


O movimento do software livre avalia que é necessário algum tipo de regulação da internet, que tem no seu imaginário e na sua origem justamente um caráter ''anárquico'', descentralizado, horizontal, democrático. Qual é a sua opinião?

Sérgio Amadeu – A regulamentação da internet faz sentido se for para assegurar a liberdade de comunicação e a cidadania no ciberespaço. A rede é transnacional e permite, pela primeira vez em nossa história, a construção de uma esfera pública transnacional. Se a internet começar a ser regulamentada nacionalmente para fazer valer principalmente os controles autoritários e interesses políticos locais, teremos um desequilíbrio entre liberdade e segurança, entre privacidade e controle. Tais desequilíbrios podem bloquear a liberdade de expressão e de criação que obtivemos com a rede mundial de computadores. Que a China queira impor uma comunicação baseada na permissão, discordo, mas posso entender.




Por Adriano Floriani, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

A mídia reforçando a miscigenação racial através da cinematografia

Os filmes sobre racismo que são transmitidos pela mídia brasileira são tendenciosos. Geralmente, os canais de televisão quando transmitem filmes sobre a temática racial, apelam para o lado sentimental das relações inter-raciais, ou seja, incentivam a relação de dependência afetiva dos negros pelos brancos. Os filmes, que tem um papel fundamental na educação das pessoas, influenciado na maneira como as pessoas percebem o mundo e as relações inter-pessoais e inter-grupais, são escolhidos conforme os interesses dos "poderosos" da mídia nacional, fundamentados e orientados pelo mito da "democracia racial", para defender os objetivos deles (a elite branca) de incentivar de uma forma mais intensa a mistura racial.


Os filmes sobre racismo que são transmitidos pela rede de canal aberto no Brasil são perigosos porque objetivam injentar na polução preta um percepção limitada sobre o que é o racismo. Tentam reforçar a construção criada pelos brancos brasileiros de que o racismo é uma questão meramente sentimental, ou, quando não, de que o racismo passa essencialmente pelo vies sentimental. Estes filmes, que projetam uma solução erronêa para superação dos problemas inflingidos pelo racismo, abordam a aceitação do preto pelo branco como uma forma de combate a discriminação racial. Ou seja, os filmes transmitidos pelos canais de televisão são de tendência integracionista, não possbilitando a percepção por nossa gente de uma alternativa de vida mas condizente com nossas necessidades.Distante de tentar conscientizar a comunidade branca de que ela deve reparar a comunidade negra pelos danos históricos por ela cometidos, e distante também de tentar injentar no povo preto no Brasil um amor-próprio e um orgulho próprio sobre si e sobre sua história coletiva de luta e resistência, os filmes se tornaram, assim como vários programas da tv brasileira, como uma "arma de destruição em massa" do seres de origem africana que aqui estão estabelecidos. Os filmes, assim como as novelas e programas de auditório, se tornaram a mais nova arma da elite branca do Brasil para criar no imaginário e inconsciente das pessoas negras o desejo sentimental de interação com os brancos para amenizar as dores do racismo. O interesse que está por dentro disso é, na verdade, dar continuidade a histórica política branca de extermínio da população negra através da miscigenação entre negros e brancos.


O Território Preto, objetivando dar visibilidade a filmes revolucionário e reacionários sobre a temática racial, está dando dicas de filmes e disponibilizando alguns deles para aquisição. Ao contrário de filmes como " No balanço do amor" e "Em minha terra", que incentivam os negros a dependerem e ser subserviente aos brancos, estamos dando visibilidade a filmes que abordem a trajetória de luta e de reconstrução da comunidade negra em direção a sua autonomia e autodeterminação racial. Estamos ajudando a dar visibilidade a cinematografia negra, do Brasil e do estrangeiro, contestadora do supremacismo branco e reacionária ao mesmo.


O Território Preto é um espaço virtual que se origina da consciência pan-africana revolucionária. É um espaço que, além de fazer um tributo ao Poder Negro, objetiva dar referências positivas, através das dicas de filmes, aqueles pretos e pretas que utilizam / utilizarão este espaço. Por fim, não nego que no Território Preto existe dicas de filmes de conteúdo que prejudica a real percepção da nossa história, como o "Hotel Huanda" e outros. No entanto, até nestes filmes ruins, um bom observador e conhecedor da verdadeira história negra, deve tirar as coisas que são positivas para a reconstrução da nossa comunidade.Acima, do lado direito, imagem da capa do filme de Spike Lee sobre a vida do ativista negro Huey P. Newton, um dos maiores expoentes do grupo revolucionário Panteras Negras.


Fonte: http://territoriopreto.blogspot.com/

2 de jan. de 2009

"Ministérios preparam edital para estimular produção de conteúdo digital"

A QUANTAS ANDOU ESTE EDITAL... ?

Ministérios preparam edital para estimular produção de conteúdo digital BRASÍLIA - Os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia devem lançar um edital no valor de R$ 70 milhões para fomentar o desenvolvimento de conteúdos digitais no país. A medida foi divulgada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, hoje, em entrevista à Rede Nacional de Rádios, da Radiobrás.

Rezende, no entanto, não adiantou a data de publicação do edital. "É um número muito significativo ", disse o ministro. " Nunca houve coisa parecida no Brasil para gerar conteúdos digitais. Na medida que tivermos escolas com computadores e com conteúdos digitais de boa qualidade, estaremos dando um passo importante para melhorar o ensino de ciência". Essa será mais uma parceria desenvolvida entre os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação, além das Olimpíadas Brasileiras de Matemática.

Em sua entrevista, o ministro voltou a destacar que a inclusão digital é um dos programas prioritários do governo, e anunciou que neste segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer implantar computadores em todas as escolas públicas do país. "Chegamos à conclusão que esse é o melhor espaço para dar oportunidade às camadas mais pobres da população de terem acesso à Internet e à comunicação global. O governo fará um grande investimento nesta área neste segundo mandato". Ao ser indagado se o tamanho do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia deste ano seria suficiente para atender a demanda e realizar os projetos previstos para a pasta, Sergio Rezende respondeu: "Se fosse maior, dava para fazer mais, mas o orçamento é bastante considerável.

É de aproximadamente R$ 4 bilhões. O valor é quase o dobro do que há dois anos. O orçamento está crescendo". Ele ressaltou, no entanto, que para fazer mais para o setor de ciência e tecnologia no país, além de mais recursos, é necessário, sobretudo, estimular as pessoas para que sejam pesquisadoras. "Nós temos o desafio de aumentar os recursos para a pasta e também o desafio de aumentar a eficiência na utilização do recurso".

(Agência Brasil)
Matéria publicada no plantão online do jornal o O Globo, dia 05/04/2007. (http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2007/04/05/295244068.asp)

FUNCEB inscreve projetos de tecnologia digital - BA

O Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura - SECULT/Fundo de Cultura da Bahia e da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, com objetivo de incentivar a produção e a difusão de conteúdos culturais através de suportes digitais no Estado da Bahia, torna público que no período de 26 de novembro de 2008 a 22 de janeiro de 2009 estarão abertas as inscrições para a seleção e concessão de apoio a projetos cujo objeto ou suporte envolvam as tecnologias digitais e as novas mídias, nos termos do presente Edital e seus Anexos e com observância das disposições das Leis Estaduais 9.433/05, 9.431/05 e 9.846/05 e dos Decretos Estaduais 9.266/04, 9.683/05 e 10.992/08.

Instruções e download em: http://www.fundacaocultural.ba.gov.br/

Fonte: http://diversidadeemead.blogspot.com/2008/12/funceb-inscreve-projetos-de-tecnologia.html

Crise econômica pode facilitar crimes virtuais

Fonte: Jornal da Cultura/SP - 15/12/2008

31 de dez. de 2008

Só oito negros entraram desde 2.002

Brasília - Foram apenas oito, dentre os 132 ex-bolsistas, os estudantes afrodescendentes que, desde 2.002, ingressaram na carreira diplomática, com a criação do Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa Prêmio de Vocação para a Diplomacia – o único programa de Ação Afirmativa em vigor na Administração pública brasileira dirigida a afrodescendentes.

A informação é do próprio ministro interino das Relações Exteriores, Ruy Nunes Pinto Nogueira, em resposta ao Oficio PGR/GAB 973, de 16 de maio de 2008 referente ao Procedimento Adminisativo MPF/PGR n 1.00.000.007597/20006-61, instaurado no início deste ano pela Procuradoria Geral da República para investigar as causas da ausência de negros no Itamaraty, na Igreja Católica e nas Forças Armadas, por iniciativa do Instituto de Advocacia ambiental e Racial do Rio (IARA).

Segundo o professsor José Jorge de Carvalho, da UnB, autor do livro “Inclusão Étnica e Racial no Brasil – A questão das cotas no ensino superior -, a carreira diplomática é uma das mais refratárias à presença de negros, mesmo sendo o Brasil a segunda maior Nação negra do mundo: o Itamaraty, segundo José Jorge, conta com um corpo de cerca de 1.000 diplomatas, menos de 10 deles são negros – 99% de brancos.

Fonte: Afropress - 31/12/2008