4 de nov. de 2012

Danilo Gentili manda censurar vídeo que o acusa de racismo


Vídeo que denuncia racismo na TV, por humorista é censurado. 

Link do Vídeo que está prestes a ser censurado: http://youtu.be/RnGOT5A2RdE

3 de out. de 2012

Internauta acusa o apresentador Danilo Gentilli de racismo

Redação Correio Nagô - A história começou no dia 29 de setembro com um comentário feito pelo internauta @Lasombra Ribeiro em seu perfil no Twitter: “@Danilo Gentili Agradeça Justiça Brasileira q permite vc propague o racismo em seu programa”. O apresentador do programa Agora é tarde (Band) respondeu no mesmo dia: “Obrigado Justiça Brasileira! RT @LasombraRibeiro”. No entanto, segundo o internauta que se diz web writer na empresa Artigo Mundo e se chama Thiago Ribeiro, as trocas de farpas em redes sociais não pararam por aí. Ribeiro acusa o apresentador de ter respondido com um comentário considerado racista: “Sério @Lasombra Ribeiro vamos esquecer isso... Quantas bananas vc quer pra deixar essa história pra lá?”.
Lasombra guardou uma imagem com o suposto tweet e publicou em sua página no Facebook




Lasombra alega ainda que, após os comentários, foi alvo de inúmeros “ataques” nas redes sociais. Ele "printou" os comentários e, também em sua página no Facebook, colocou 44 imagens referentes ao caso. A
pesar de na página do apresentador não constar mais respostas ao internauta, Lasombra continuou enviando comentários direcionados a Gentili nos três últimos dias.  Continua...

Fonte: Correio Nagô

Campanha "racista" da Duloren é retirada de circulação pelo Conar Comentários 450



A campanha da Duloren que gerou polêmica no primeiro semestre de 2012 acaba de ser tirada de circulação pelo Conar, sob alegação de “racismo, machismo e apelação”. Para quem não lembra, o anúncio trazia uma mulher negra de lingerie segurando um quepe ao lado de um militar desacordado. Na legenda, “Pacificar foi fácil, quero ver dominar”.
 

Fonte: Instituto Mídia Étnica e Uol Notícias.

Falta de acordo barra regulação da internet




A falta de acordo sobre o texto final do Marco Civil da internet impede a votação do projeto na Câmara.
Enviada pelo Executivo ao Congresso em 2009, a proposta estabelece regras para o uso da internet no Brasil e está pronta para ser votada na comissão especial da Casa há mais de três meses.
A reportagem é de Gabriela Guerreiro e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 30-09-2012.
A principal polêmica é o artigo que determina a chamada "neutralidade da rede" na internet. A norma obriga as provedoras de acesso a tratar de forma igual todo pacote de dados da rede. Na prática, isso obriga a modernização da transmissão de dados para que os usuários acessem qualquer site com a mesma velocidade ou qualidade.
As teles, proprietárias da maioria dos provedores de acesso à internet no Brasil, argumentam que o investimento técnico é muito alto.
Uma alternativa seria priorizar o tráfego de dados dos sites que pagarem pelo acesso mais rápido, mas o governo é contra.
"Internet é velocidade. Se um site está lento, você desiste e vai para o outro. Então, não se pode pagar para que o seu site esteja mais rápido que outro", disse o relator do projeto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ).
Se houver acordo e o texto for aprovado na comissão, segue direto para o plenário. "Tem que se achar um equilíbrio", disse o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
O SindiTelebrasil, sindicato que responde pelas teles, critica o artigo da "neutralidade" ao argumentar que serviços diferenciados são necessários à rede.
Em seminário realizado na semana passada, o presidente do sindicato comparou a internet com os Correios.
"Os Correios são neutros com as cartas que enviamos. Mas se alguém quiser mandar um documento mais rápido, ele tem o Sedex", disse Eduardo Levy.
Outro impasse está na escolha do órgão que será responsável para regulamentar a neutralidade da rede. Pelo projeto, ela deveria ocorrer por meio de decreto do governo, ouvidas as recomendações do CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil) -que é composto por 21 representantes de segmentos da telefonia.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Ministério das Comunicações defendem que o controle esteja nas mãos da agência, enquanto o relator argumenta que o comitê tem mais isenção.
APOIO
O projeto tem o apoio dos principais provedores de conteúdo, especialmente por isentá-los de responsabilidades civis sobre o que for postado pelos internautas.
O Facebook, Google e Mercado Livre divulgaram nota em apoio à aprovação.
O texto em tramitação na Câmara diz que os provedores só podem responder por algo postado pelos usuários se, após ordem judicial, não tirarem o conteúdo do ar.
Esse foi o caso do diretor-geral do Google no Brasil, Fabio José Silva Coelho, preso na última quarta-feira por descumprir ordem da Justiça para retirar do ar vídeos com ataques a um candidato a prefeito de Campo Grande.

Fonte: UNISINOS

4 de set. de 2012

Um outro olhar: Uma nova personagem negra da Disney: 'Doutora Brinquedos'



Disney sempre enfrentou críticas por ser "racialmente inconsciente" em suas criações e programação de TV ou filmes. Só depois de 70 anos da criação da Branca de Neve é que foi criada uma princesa negra, a Princesa Tiana, que fez sua estréia na Disney em 2009. Finalmente temos uma outra personagem negra da Disney que meninas negras podem olhar e ver alguém que as represente. Seu nome é "Doutora Brinquedos" (Doc McsStuffins ") , que é também o nome do desenho novo. "Doutora Brinquedos" estreou em março na Disney Júnior e tem recebido muitos elogios de pais, crianças negras, e até mesmo nas escolas e entre médicas e médicos negros. A Doutora Brinquedos também tem agradado nas redes sociais, no Facebook já são diversas comunidades.

Fonte: Portal Geledes

5 de ago. de 2012

EM TRANSMISSÃO DA OLIMPÍADA, NBC É ACUSADA DE RACISMO E SE DESCULPA


EMISSORA NORTE-AMERICANA COLOCOU IMAGENS DE MACACO SALTANDO EM ANÉIS OLÍMPICOS LOGO APÓS NOTÍCIA SOBRE MEDALHA DE OURO DE GINASTA NEGRA EM LONDRES




A emissora norte-americana NBC se complicou nesta semana durante a transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres. Depois de exibir a performance da atleta negra Gabby Douglas, primeira descendente de africanos a ganhar uma medalha de ouro na ginástica, o canal colocou imagens de um macaco fazendo piruetas, algo que irritou o público.

Em redes sociais como o Twitter, vários usuários classificaram como racismo a maneira como a empresa colocou as imagens. A NBC, então, viu-se forçada a se desculpar publicamente. "Não era nossa intenção ofender", escreveu a companhia em um comunicado.
A controvérsia aconteceu quando Bob Costas, jornalista esportivo, analisou o desempenho de Gabby logo depois de ela ganhar o ouro em Londres. "Há algumas garotas afroamericanas nesta noite que estão dizendo a si mesmas: 'ei, eu gostaria de fazer isso'. Mais sobre Londres em um momento", disse durante a transmissão, antes de chamar os comerciais.
Em seguida, o primeiro comercial mostrou um macaquinho vestindo o uniforme das ginastas e pulando em anéis similares aos usados pelas atletas nos Jogos. Trata-se de uma propaganda de "Prática Animal", sitcom que a NBC está prestes a lançar nos Estados Unidos.
Fonte: O Globo

17 de jun. de 2012

Adelaide: o racismo escancarado da Rede GLOBO

O programa Zorra Total da Rede Globo, do dia 09 de julho de 2012, conseguiu, em 2:22, agredir toda a população negra. Na cena, o ator Rodrigo Sant'Anna, pintado de negro e com maquiagem, representa uma mulher negra, a Adelaide, que é pedinte em um metrô.

Se não bastasse a ofensa que associa a mulher negra à pobreza, o ator ainda faz uma piada sobre o cabelo dos negros, ao se referir a uma personagem que teria "cabelo bom", diferente da personagem e sua filha que teria "problema de cabelo duro".

As imagens falam por si só. Confira o vídeo!


Fonte: Correio Nagô

14 de mai. de 2012

Novo documentário de Spike Lee retrata o Brasil sob ótica racial - O curador Emanoel Araujo foi um dos entrevistados pelo cineasta




"Novo documentário de Spike Lee retrata o Brasil sob ótica racial" - Emanoel Araujo, curador do Museu Afro Brasil, foi um dos entrevistados pelo cineasta.

"Spike Lee chega ao saguão do hotel com uma jaqueta da seleção brasileira. Antes de receber um grupo de jornalistas em São Paulo, passou um tempo revendo imagens de seu encontro com Gilberto Gil anteontem no Rio, os dois sorridentes no quadro. No Brasil por uma semana, o cineasta americano entrevistou 30 personalidades em São Paulo, Rio e Brasília, muitas delas negras --como o artista Emanoel Araújo, o ator Lázaro Ramos e a ex-ministra Benedita da Silva--, para o documentário "Go Brazil Go", que ele pretende lançar até a Copa do Mundo.



Lee também encontrou a presidente Dilma Rousseff, Lula e deputados e ministros em Brasília, onde acompanhou o julgamento sobre as cotas raciais no Supremo Tribunal Federal, tema que deve ter destaque em seu filme.


"Quero olhar o país a partir dessa questão racial, mas o filme não será sobre isso", disse Lee. "Fiquei surpreso quando vim ao Brasil pela primeira vez e soube que metade da população era negra e que essa metade era também a mais pobre. Ligava a TV e não via nenhum negro." Ele diz que percebeu mudanças nesse quadro e que teve um "ótimo" jantar na casa do ator Lázaro Ramos, o primeiro protagonista negro de uma novela brasileira.


“Se você tinha uma antena parabólica e assistia aos canais brasileiros de qualquer lugar do mundo, achava que os brasileiros eram todos loiros de olhos azuis", diz Lee. "Mas o que importa não é quem está em frente às câmeras, é quem está atrás delas, quem manda no que aparece no quadro. Temos de brigar para estar nessa posição.”


Lee disse que todas as conversas que teve até agora revelaram grande otimismo em relação ao futuro do país.


"É um momento excitante, com muita história acontecendo, o crescimento econômico, a nova classe média, a primeira presidente mulher", enumerou. "Não sei como falar do país num momento desses em só duas horas, poderia fazer uma minissérie."


Ele esteve no Brasil pela primeira vez em 1987, quando participou do Festival do Rio, e depois em 1995, quando gravou um videoclipe de Michael Jackson na favela Dona Marta, no Rio, local que voltou a visitar nesta viagem. "Sei que muitas pessoas devem estar pensando por que um americano vem fazer um filme sobre o Brasil, por que um cara de um país fascista como os Estados Unidos da América está olhando para o Brasil", disse. "Isso quando a maioria dos americanos nem tem passaporte e ainda acha que este país é só mulheres peladas e futebol." 


No caso, o esporte também terá peso no filme. Lee viu a partida entre Botafogo e Vasco no Engenhão anteontem no Rio, entrevistou o ex-jogador e agora deputado Romário, que ele chama de "my man", e tinha encontro marcado com Neymar ontem, seu último dia em São Paulo. Lee deve voltar mais oito vezes ao país até o ano que vem para gravar todas as entrevistas de "Go Brazil Go!", sendo que a próxima viagem deve acontecer em julho. Ele garante que o filme dará uma visão "equilibrada" do país e que não será uma “propaganda Câmara de Comércio”. "

Reportagem de Silas Martí - Folha Ilustrada - 01/05/2012


Outras imagens de Lee pelo Brasil reunindo material importantíssimo para seu filme.:
Lee e Dilma Roulsseff

Lee e o Dep. Est. Luiz Alberto

Lee e o Ministro Joaquim Barbosa

Lee e o Senador Paulo Paim

Lee e o Cineasta Zózimo Bulbul

Lee e o Rapper Criolo



1 de mai. de 2012

Racismo Virtual praticado pela Jornalista Mírian Macedo SP

A blogueira Míran Macedo, Jornalista e de São Paulo emitiu em seu Blog mensagem contendo conteúdo racista. Lembrando que este tipo de crime é inafiançável e imprescritível. Ela, depois, apagou o referido post e em seu lugar emitiu um texto tão racista e obtuso quanto o primeiro cujo título é "Clareando as Idéias".



Dica para quemestá em São Paulo:
Denunciar ela na Delegacia especializada em Cibercrimes na Internet.



Fonte: Facebook

27 de abr. de 2012

Observatório do Racismo Virtual é fonte para denúncia de racismo junto ao MPF

Alexandre Pires é convocado a prestar esclarecimentos ao MP sobre vídeo acusado de conteúdo racista e sexista

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento administrativo na Procuradoria da República, em Uberlândia, Minas Gerais, para que o cantor Alexandre Pires preste esclarecimentos sobre o vídeo Kong, denunciado por exibir conteúdo racista e sexista. A convocação do artista foi motivada por solicitação de providências encaminhada pela Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) ao MPF.

Além do Ministério Público, o órgão oficiou a gravadora Sony Music, o Departamento de Polícia Federal e a Ouvidoria da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). Esta última, em função da exposição de mulheres na peça publicitária, reforçando o estereótipo de símbolo sexual.

De acordo com o Ouvidor da Seppir, Carlos Alberto Júnior, o MP foi acionado em função de denúncias oriundas de várias entidades entre as quais o Observatório do Racismo Virtual, que acusa a postagem do vídeo no site youtube, com “conteúdo racista e sexista,comprometendo as lutas do movimento negro na superação do racismo, e das mulheres na superação do sexismo. Combinando artistas e atletas, o vídeo utiliza clichês e estereótipos contra a população negra”.

Em sua argumentação, o ouvidor da Seppir observa: “ao expor pessoas negras vestidas de “macaco”, o referido cantor contribui para a permanência histórica do racismo e práticas eugenistas, de inferiorização da população negra, tendo em vista que a maioria das denúncias feitas à Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial são ofensas às pessoas negras comparadas a “macacos”.

Devassa
Processo semelhante, envolvendo a cervejaria Devassa do Grupo Schincariol, foi arquivado recentemente, após o cumprimento de determinações do MP pela empresa. Além da realização de seminários para discutir formas de solucionar o conflito configurado nas propagandas de cerveja e os direitos das mulheres, a Schincariol foi condenada a pagar multa e divulgar contrapropaganda por prática de campanhas publicitárias discriminatórias.

A peça que originou a reclamação contra a Devassa utilizava uma frase associando a imagem de uma mulher negra à cerveja, reforçando o processo de racismo e discriminação a que as mulheres negras estão submetidas historicamente no Brasil. O processo foi encaminhado pela SEPPIR, que cumpriu os acordos internacionais de violações aos direitos das mulheres, a partir das denúncias referentes à propaganda que divulgava a frase: "É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra. Devassa negra encorpada. Estilo dark ale de alta fermentação. Cremosa com aroma de malte torrado".

De acordo com o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), as infrações cometidas no anúncio da Devassa encontravam-se previstas em inúmeros artigos do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.
 
Coordenação de Comunicação

Cotas Raciais são Constitucionais. Vitória do Movimento Negro Brasileiro

Ministro Joaquim Barbosa afirma que ações afirmativas concretizam princípio constitucional da igualdade





O ministro Joaquim Barbosa acompanhou o voto do relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, ministro Ricardo Lewandowski, e afirmou que sua manifestação foi tão convincente e abrangente que praticamente esgotou o tema. "O voto de Vossa Excelência está em sintonia com o que há de mais moderno na literatura sobre o tema", afirmou.
Autor de vários artigos doutrinários sobre a questão, o ministro Joaquim Barbosa reproduziu parte de um texto que escreveu há mais de 10 anos intitulado "O debate constitucional sobre as ações afirmativas" e fez declarações pontuais para demonstrar o que pensa ser essencial em matéria de discriminação.
"Acho que a discriminação, como componente indissociável do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se de uma roupagem competitiva. O que está em jogo aqui é, em certa medida, competição: é o espectro competitivo que germina em todas as sociedades. Quanto mais intensa a discriminação e mais poderosos os mecanismos inerciais que impedem o seu combate, mais ampla se mostra a clivagem entre o discriminador e o discriminado", afirmou.
Para o ministro, daí resulta, inevitavelmente, que aos esforços de uns em prol da concretização da igualdade se contraponham os interesses de outros na manutenção do status quo. "É natural, portanto, que as ações afirmativas – mecanismo jurídico concebido com vistas a quebrar essa dinâmica perversa –, sofram o influxo dessas forças contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo, é claro, da parte daqueles que historicamente se beneficiam ou se beneficiaram da discriminação de que são vítimas os grupos minoritários", enfatizou.
O ministro Joaquim Barbosa definiu as ações afirmativas como políticas públicas voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos perversos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. "A igualdade deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objetivo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade", ressaltou.
O ministro lembrou que as ações afirmativas não são ações típicas de governos, podendo ser adotadas pela iniciativa privada e até pelo Poder Judiciário, em casos extremos. "Há, no Direito Comparado, vários casos de medidas de ações afirmativas desenhadas pelo Poder Judiciário em casos em que a discriminação é tão flagrante e a exclusão é tão absoluta, que o Judiciário não teve outra alternativa senão, ele próprio, determinar e desenhar medidas de ação afirmativa, como ocorreu, por exemplo, nos Estados Unidos, especialmente em alguns estados do sul", afirmou o ministro.
Ele ressaltou também que nenhuma nação obtém o respeito no plano internacional enquanto mantém, no plano interno, grupos populacionais discriminados. "Não se deve perder de vista o fato de que a história universal não registra, na era contemporânea, nenhum exemplo de Nação que tenha se erguido de uma condição periférica à condição de potência econômica e política, digna de respeito na cena política internacional, mantendo, no plano doméstico, uma política de exclusão, aberta ou dissimulada – pouco importa! Legal ou meramente estrutural ou histórica, pouco importa! –, em relação a uma parcela expressiva da sua população", asseverou.


24 de mar. de 2012

Dois são presos por incitar crimes de ódio e intolerância pela internet

Solange Spigliatti


São Paulo, 22 - Duas pessoas foram presas nesta quinta-feira, 22, acusadas usarem a internet para espalhar mensagens de apologia de crimes graves e da violência, principalmente contra mulheres, negros, homossexuais, nordestinos e judeus, além da incitação do abuso sexual de menores, segundo a Polícia Federal.
A Operação Intolerância prendeu Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello, moradores de Curitiba e Brasília, respectivamente. Eles foram presos preventivamente por supostamente serem os responsáveis pelo site silviokoerick.org.



A página foi amplamente denunciada por internautas brasileiros ao Ministério Público. E, com quase 70 mil denúncias registradas na ONG SaferNet, bateu recorde de participação pública no controle da internet nacional.
Agentes da PF também vão aos mandados de busca e apreensão para examinar as casas e locais de trabalho dos suspeitos em busca de provas.
Entre os conteúdos publicados pelos criminosos, havia referências positivas ao atirador Wellington, que em 2011 atacou a tiros uma escola em Realengo, no Rio, matando diversas crianças, bem como à suposta incapacidade da Polícia Federal em os localizar e deter.




Na decisão judicial que decretou a prisão preventiva dos criminosos, consta que "Elementos concretos colhidos na investigação demonstram que a manutenção dos investigados em liberdade é atentatória à ordem pública. A conduta atribuída aos investigados é grave, na medida em que estimula o ódio à minorias e à violência a grupos minoritários, através de meios de comunicação facilmente acessíveis a toda a comunidade. Ressalto que o conteúdo das ideias difundidas no site é extremamente violento. Não se trata de manifestação de desapreço ou de desprezo a determinadas categorias de pessoas (o que já não seria aceitável), mas de pregar a tortura e o extermínio de tais grupos, de forma cruel, o que se afigura absolutamente inaceitável." 

21 de mar. de 2012

Way C o primeiro tablet africano


O primeiro tablet africano que pretende atingir as massas foi lançado na segunda-feira passada na capital do Congo, Brazzaville e na cidade petrolífera de Pointe-Noite, e custará cerca de 300 dólares.
O nome do dispositivo é Way-C que significa “luz das estelas”, usa o sistema Android Gingerbread, resolução de 800×480,  com um microprocessador de 1,2 GHz, 512 M de memória RAM, bateria com autonomia de 6 horas.
O plano é atingir primeiro os países da África mas tem planos de atingir a Bélgica, França e Índia.
Seu inventor é o jovem pesquisador do Congo Verone Mankou, 26 anos e foi lançado por sua empresa a VMK.


Après la tablette Way-C, le Congolais Vérone Mankou va lancer un smartphone bon marché


Congolês de 26 anos cria primeiro tablet produzido no país
http://tvuol.tv/bkc5ql
Fonte: Tv Uol

14 de mar. de 2012

Revista da Editora Manchete, Pais e Filhos!, completa um ano sem ter crianças negras na capa.

Só os brancos nascem?

Rebeca Oliveira Duarte
 
 
 
 
 (março de 2012)
Esta é edição deste mês de março, 2012, da Revista Pais & Filhos, Editora Manchete. Feita em São Paulo, tem circulação e renome nacional nesta área de cuidado infantil, ao lado da Revista Crescer. Fofinho, não? Aliás, todas as crianças são fofíssimas, despertando aquela vontade de encher de cheiro aquela bolinha rosa, loira e de olhos azuis. Ops...como assim? É, então, amig@s. Algo muito simples: para a Revista Pais & Filhos, só os brancos nascem, e preferencialmente os brancos loiros e de olhos claros. Só as crianças brancas são fofinhas. Num país em que @s negr@s são, pelo menos, 51% da população, nenhuma fofinha criança negra - nenhumazinha - recebeu espaço de capa da Pais & Filhos no tempo de um ano inteiro. Mostro a vocês aqui, retrospectivamente, as capas de março de 2012 a março de 2011 - 13 edições completamente brancas. Para um país 100% branco talvez - reforço, talvez - isso não fosse tão indecente.
(fevereiro de 2012)
Acontece que somos um país de maioria negra. Em alguns estados, a população negra é até pequena; em outros, predominante. Negras e negros de várias tonalidades, vários tipos corporais, diversas etnicidades; cabelo pixaim, enrolado, misturado, nariz mais largo ou mais fino, negritudes diversas que no entanto são reconhecidas socialmente pela sua matriz africana e toda a história que comporta o corpo negro. Essa história indesejável, para a matriz europeia, tem sido constantemente relegada ao esquecimento das páginas escritas - mas não é esquecida de nenhum modo: porque, se não nas páginas dos historiadores clássicos, no corpo das pessoas que a carrega. Por isso o corpo d@ negr@ é tão negado, invisibilizado. Porque conta uma história indesejável a uma ideologia hegemonicamente branca.
(janeiro de 2012).
E se tem algo que a história negra carrega é acerca do fundamento da família. A família, nos sentidos afro-brasileiros (assim como nos povos nativos), é quem sustenta, congrega, fortalece, permite existir e resistir. A mãe que conduz os filhos, pelejando duramente para garantir suas vidas neste mundo sob leis humanas tão desumanas, é a mulher negra que centraliza a força da casa, do terreiro, da comunidade. Se não é mãe de sangue, é mãe-madrinha, mãe-de-santo, mãe-vó. A família, para os povos negros, tem a força da origem e da continuidade. É o espaço em si de guarnição - espiritual e social. Daí que se formam quilombos: numa casa ou numa rua, mães, tias, avós, irmãos, primos e primas se aquilombam, sem a classificação dicotômica de "família nuclear" e "família extensa", comum à família da cultura burguesa.
(edições de dezembro a setembro de 2011)
Por que não temos imagens de crianças negras em um ano de edições da Revista Pais & Filhos. Porque pais, mães e filhos e filhas negr@s não interessam à revista. Ela simplesmente assume o padrão racista do que branco desejável, negando terminantemente a negritude brasileira. O maior problema dessa postura racista é que perpetua a negação da família negra aos olhos da sociedade em geral. Primeiramente, impõe uma imagem familiar que exclui os pais e filhos negros; nega, portanto, às mães negras (porque às mães é destinada a revista, apesar do título) se sentirem parte de uma dimensão materna - o cuidado infantil. Consequentemente, nega aos bebês negros o direito de pertencerem a este universo dos anjinhos, dos serezinhos que devem receber cuidados e mimos especiais.
(edições de agosto a abril de 2011)
Bem, está chegando a hora de preparar o almoço. Deixo vocês, leitoras e leitores, com estas imagens e algumas reflexões. Em um ano apenas de publicação, o que somente uma revista de maternagem e cuidado infantil foi capaz de semear? Não vejo bons frutos nisto.
Luther King, dá uma dica a mais de como realizar teu sonho!
Fonte - 

http://encrespoenaoaliso.blogspot.com/2012/03/so-os-brancos-nascem....

Fonte2: Correio Nagô

10 de fev. de 2012

Vídeo racista do Alexandre Pires pode ser excluído do Youtube

A cantor Alexandre Pires adicionou um vídeo de sua nova composição no site youtube que está gerando polêmica, já que o mesmo apresenta conteúdo racista e sexista ao extremo, comprometendo as lutas do Movimento Negra na superação do racismo e no movimento das mulheres na superação do sexismo. Combinando artistas e atletas, o vídeo utiliza clichês e estereótipos contra a população negra.
No Facebook há uma mobilização afim de que o vídeo seja retirado do site e que seus autores e participantes, pessoas públicas, sejam culpabilizadas pela emissão e participação em materiais que estimulam a prática racista. 

O link do terrível documento é esse: http://www.youtube.com/watch?v=oGIJjgvysRU

No próprio site do youtube há formas de denunciar este vídeo. Inicialmente você pode clicar informando que não gostou e nesta mesma aba, denunciar este conteudo nas seguintes categorias apresentadas:
   - Conteúdo abominável ou abusivo - neste, estão previstos os crimes de racismo, sexismo, intolerância, etc. 

11 de jan. de 2012

Fernando Conceição - A grande mídia contra as ações afirmativas

Por Fernando Conceição* em 2/6/2009



O que o Estado Democrático de Direito, o que o republicanismo, o que o interesse público podem esperar quando se alinham, em uníssono à maneira de campanha, três conglomerados de comunicação que, no Brasil, são os proprietários privados dos mais influentes veículos da imprensa nacional? Uma única coisa: o abuso do direito constitucional à liberdade de expressão e de opinião. A coação dos demais poderes institucionais. O desrespeito ao princípio de igualdade de oportunidade, cerne da democracia.
Pois é exatamente o que a sociedade brasileira assiste hoje, estupefata, com a sórdida manipulação encampada pela Rede Globo, Grupo Folha e Editora Abril - respectivamente donos da TV aberta de maior audiência, com suas filiadas em todo o território brasileiro, controladores da TV por assinatura, de O Globo, de emissoras de rádio; dos jornais Folha de S. Paulo e Valor Ecnômico, do poderoso portal UOL; da maior e mais potente revista noticiosa semanal, Veja, e de vários outros tentáculos midiáticos articulados entre si.

Cotas são o inferno

Esse poderosíssimo Leviatã apresenta-se na atual conjuntura como o sucedâneo do Leviatã hobbesiano. O propósito do monstro é amedrontar a sociedade repetindo insaciável, incontinenti e monocordiamente que o Inferno em breve se instalará no Brasil. Incansavelmente a Rede Globo, a Folha e Veja anunciam que isso já tem hora e data marcada.
O Brasil será transformado no reino de Lúcifer a partir do momento em que deputados e senadores em Brasília votem pela aprovação de dois projetos que tramitam no Congresso Nacional, um deles há mais de decênio: o Estatuto da Igualdade Racial (projeto de lei 6564/05, do senador Paulo Paim, PT), e o projeto de lei 73/99 (da deputada Nice Lobão, DEM) incorporado ao projeto de lei 3.627/2004, do governo federal. Ambos estabelecem, pela primeira vez no país, um sistema de políticas sociais compensatórias, inclusive de acesso às universidades públicas federais, como forma de corrigir as profundas desigualdades repercutidas até hoje pelos mais de 300 anos de escravidão negra e indígena que marcam a história socioeconômica brasileira.
A grande mídia simplifica tais políticas compensatórias, rotulando-as como projeto de cotas "raciais". Isso tem reduzido a abrangência daquelas proposições e tornado irracional o debate. A questão de "raça" é posta no primeiro plano, em uma sociedade que custa a acreditar na existência do racismo em suas relações cotidianas e institucionais. Um povo que acredita, a despeito do desmascaramento do mito, ser o Brasil uma "democracia racial", mercê de todos os mais respeitáveis dados e índices de medição da estrutura demográfica afirmarem sempre o contrário. A sociedade brasileira é cingida por uma forte persistência da herança escravocrata, que atinge "pretos" e "pardos" (na definição do IBGE), colocando-os como grupo nas piores posições da pirâmide sócio-econômica.
Fonte: 

*Jornalista, professor da Universidade Federal da Bahia, doutor em Ciências da Comunicação pela USP. Criou o Etnomidia – Grupo de Estudos em Mídia e Etnicidades da Faculdade de Comunicação da UFBA, e coordena o Grupo de Pesquisa Permanecer Milton Santos do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade/CNPq