20 de jan. de 2011

2010 marcou o início da 'Terceira Era' de cibercrimes, diz analista

Práticas criminosas online com propósitos políticos marcam uma nova fase entre as ameaças na web. O ano de 2010 pode entrar para a história da humanidade por marcar o início da 'Terceira Era' de cibercrimes, de acordo com o especialista em segurança da Sophos Graham Cluley.

Segundo ele, a primeira 'Primeira Era' foi marcada por hackers amadores e pela criação dos vírus para PC; a 'Segunda', pela fusão do crime organizado com as novas tecnologias de Internet; e a 'Terceira Era', com a evolução das técnicas utilizadas anteriormente em formas cada vez mais variadas e sofisticadas. "O último ano foi realmente marcante quando o assunto é crimes de computação", comentou Cluley.

Um dos grandes destaques de 2010 foi a aparente migração de antigas práticas de spam e ameaças na web para as redes sociais, que possivelmente se tornarão o principal mecanismo de ataques aos usuários.

"A atual escala de atividades maliciosas no Facebook parece estar fora de controle", observou ele. "E a rede social parece ser incapaz ou estar pouco disposta a investir em recursos necessários para eliminar esse tipo de ameaça", completou.

Entretanto o grande diferencial da "Terceira Era" - que estabeleceria o final de 2010 como um marco – foi o início de práticas criminosas online com propósitos geo-políticos.

No ano passado, por exemplo, Hillary Clinton criticou a China de forma velada por um suposto envolvimento em um ataque chamado de Aurora contra empresas norte-americanas, entre elas a Google. O vírus Stuxnet danificou o programa nuclear iraniano, que, segundo especulações, foi criado pelo exército de Israel em parceria com órgãos dos Estados Unidos (EUA). E o novo governo do Reino Unido de repente definiu cibersegurança como um das suas maiores preocupações militares.

Além disso, em 2010, também foram destaque os documentos diplomáticos dos EUA entregues ao Wikileaks e o ativismo online do grupo Anonymous, que desenvolveu a ideia do cibercrime como uma ferramenta política não convencional.

Todas as três categorias de crimes cibernéticos – seja para apenas incomodar os internautas com spams, furtar dados ou remunerados ou não políticos – representam uma ameaça aos consumidores e empresas e, por vezes, é difícil diferenciá-los.

Um bom exemplo de como esses assuntos podem fundir-se em um único crime foi visto em setembro, quando o Twitter foi vítima do worm "onMouseOver" para atingir o perfil de figuras políticas, como a esposa do ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, Sarah Brown e até mesmo Robert Gibbs, secretário de imprensa do presidente dos EUA, Barack Obama.

Em 2010 também ocorreu um aumento significativo de detenções por atividades ligadas a cibercrimes, desde internautas a verdadeiras gangues organizadas.

Antes, a criminalidade na Internet era considerada como sendo de baixo risco e as pressões para encontrar os culpados, aparentemente, modestas. Agora, de repente o cibercrime se tornou importantes para os governos e os criminosos nos países desenvolvidos já não podem afirmar que não serão encontrados ou mesmo extraditados.

(John E Dunn)

Publicada em 19 de janeiro de 2011


Fonte: IDG News Service

MPF recomenda que Big Brother Brasil respeite direitos humanos

(Última Instância) O MPF (Ministério Público Federal) enviou à Rede Globo de Televisão um documento oficial em que recomenda que a emissora respeite os direitos humanos na edição número 11 do programa Big Brother Brasil.

"A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão lembra que, em 2010, o programa foi alvo de mais de 400 reclamações de cidadãos denunciando casos de homofobia, incitação à violência, apelo sexual, inadequação no horário de exibição e violação da dignidade da pessoa humana", diz o site jurídico Última Instância, que lembra também que nesse mesmo ano a Rede Globo foi obrigada a exibir comunicado explicando as formas de contágio do HIV após um dos participantes afirmar que os heterossexuais não correm risco de se infectarem com o vírus da Aids.

O diretor do programa, J.B. Oliveira, o Boninho, causou polêmica ao dizer que seriam liberadas as agressões entre os participantes na edição deste ano.

Leia as recomendações do MPF à Rede Globo sobre o BBB 11:

- observar a própria autoregulamentação da emissora ( Princípios & Valores da TV Globo no Vídeo - Tit. 1 - A Missão da TV Globo e Tít. II Crianças), expedida em dezembro de 2009, na qual assume a missão de exibir conteúdos de qualidade que atendam às finalidades artística, cultural, informativa, educativa e que contribuam para o desenvolvimento da sociedade;
- adotar medidas preventivas necessárias para evitar a veiculação de práticas de violações de direitos humanos, tais como tratamento desumano ou degradante, preconceito, racismo e homofobia;
- dar cumprimento integral à classificação indicativa atribuída ao programa (não recomendado para menores de 14 anos), nos termos da Portaria 1220/2007 do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça (DEJUS);
- adequar a exibição do programa a horário de menor exposição a crianças e adolescentes, observada a classificação indicativa atribuída ao programa BBB11 nos estados em que há divergência de fuso horário e também em razão do horário de verão, nos termos da decisão do Superior Tribunal de Justiça, nos autos do Mandado de Segurança nº 14041/DF.

Fonte: Liga Brasileira de Lésbicas

19 de jan. de 2011

Ameaça virtual também é crime

Nessa entrevista, o advogado civilista Tito Lívio Caruso Bernardi, também editor do site jurídico Expresso da Notícia, fala sobre a existência de crime sobre essa troca de mensagens pedindo a morte da chefe de Estado, Dilma Rousseff.


É crime fazer ameaça virtual? Tito Lívio: “Sim, o crime é passível de um a seis meses de prisão, mas também pode ser enquadrado como crime de segurança nacional com penas maiores. No caso seria contraditório para o atual governo pedir a aplicação dessa lei uma vez que a presidenta Dilma foi julgada e condenada por crime contra a segurança Nacional o durante o período da ditadura e não seria conveniente enquadrar esses jovens na mesma lei”.

O Procurador Geral da República tomou a iniciativa de investigar o caso após denuncias recolhidas por auxiliares do deputado Dr. Rosinha (PT) e que circulavam pela internet em diferentes blogs. Essas mensagens do Twitter foram repassadas também para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que prometeu levar o caso adiante e confirmou a abertura da investigação. Segundo o ministro “a Polícia Federal vai ajudar nas investigações”


Há como identificar e punir essas pessoas? Tito Lívio: “Já houve no passado a identificação e punição desse tipo de crime, inclusive para casos de racismo e pedofilia. Mas os provedores de mídia que lucram com os acessos dificultam as investigações e por outro lado as autoridades policiais não parecem estar aparelhadas e preparadas para combater esse tipo de crime”.



A identificação desses jovens pode ser chamada de censura na Internet? Tito Lívio: Não se trata de censura. A incitação à violência está claramente tipificada na Constituição brasileira como crime e regulamentada pelo Código Penal.


Que medida pode adotar o governo para evitar essas ameaças no futuro? Tito Lívio: As autoridades devem analisar o papel dos provedores no Brasil. Eles oferecem muitas facilidades para os usuários, mas nenhuma proteção contra ameaças virtuais, vírus e ataques caluniosos contra pessoas, empresas e organizações. Como obtém lucro com a circulação de mensagens devem também ter a responsabilidade para evitar que os crimes sejam cometidos de uma forma tão banal no ambiente virtual.

Fonte: http://www.rnw.nl/portugues/article/ameaca-virtual-tambem-e-crime

Jovens ofendem nordestinos e moradores de periferia pela internet

Mais uma década do século 21 tem início e ainda assim um preconceito mais do que ultrapassado continua sendo notícia. Pela internet, jovens têm humilhado nordestinos que vivem em São Paulo e a população mais humilde do Rio de Janeiro.

Alguns casos vieram a público nesta semana e viraram assunto de polícia. Em São Paulo, a homenagem da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi com o tema “São Paulo, capital do Nordeste” virou motivo de ameaça. E-mails ofensivos foram recebidos pela agremiação. Em uma das mensagens, repleta de palavrões, os nordestinos são chamados de “povinho de cabeça chata”.

No Rio de Janeiro, mais ofensas pela internet. Desta vez, o alvo são as pessoas que visitam a árvore de Natal na Lagoa Rodrigo de Freitas. “Chega a ser repugnante o que está escrito, dizendo que as pessoas que moram no subúrbio, que moram na Baixada, são menores, são piores, são gentinha”, diz o delegado Fernando Veloso.

No Rio e em São Paulo, os autores das mensagens podem até ser presos. O crime de racismo é punível com até cinco anos de prisão.“A gente quando pensa em crime pensa em arma, pensa em violência, pensa em agressão. Não é um crime nesse sentido, mas ele é tão grave quanto um crime que é cometido com uma arma em punho, porque ele ofende a dignidade das pessoas”, afirma Veloso.

No Rio, o autor das ofensas é o estudante de direito João Marcos Crespo, que mora próximo à lagoa, em um bairro nobre. Na casa dele, foram encontrados objetos que fazem menção ao nazismo. Uma das ideias valorizadas pelo estudante é a eugenia - tese de Adolf Hitler para justificar a perseguição aos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

Para a polícia, o estudante escreveu mensagens racistas. Elas dizem que os moradores de subúrbio têm genética inferior, cabelo ruim e estatura baixa. Nesta semana, ele foi interrogado pelo delegado. “Ele atribui essas mensagens a uma brincadeira. A gente percebe que pelo teor da mensagem a gente percebe que não é brincadeira”, diz Veloso.Na casa do jovem, ninguém quer falar sobre o assunto.

São Paulo - Já o estudante responsável por parte das ofensas à escola de samba paulista se recusa a admitir que errou ao ofender os nordestinos. “Eu não me arrependo de criticar. Eu me arrependi de usar as palavras que eu usei. Se fosse qualquer outra escola, eu ia criticar do mesmo jeito”, diz Caio César.

Em fotos, o jovem aparece com uma bandeira do estado de São Paulo tatuada nas costas. No texto ofensivo aos nordestinos, ele se diz um paulista separatista. “Sim, sim, eu sou separatista”, admite.

Movimentos separatistas querem a independência de alguns estados, formando um novo país.
Essa ideia nunca vingou no brasil. “É uma qualidade do Brasil impedir tendências separatistas que sempre levam a discriminações e formas racistas”, diz o historiador Marco Antonio Villa. Você pregar o separatismo e também tendo como argumento que as outras pessoas são de uma raça inferior é crime”, diz a delegada Margarett Barreto.

A delegada e o defensor público Ricardo César Franco são especializados em crimes raciais. Eles acompanham o crescimento de comunidades na internet que pregam ideias preconceituosas.Franco diz que há uma espécie de manifesto contra os nordestinos migrantes circulando pela web. As ofensas que chegaram na Acadêmicos do Tucuruvi seguem o mesmo pensamento deste texto.

Mas o autor não admite que suas afirmações foram criminosas. “Cara, se é crime isso, a gente vai ter muito criminoso solto por aí.” A polícia paulista vai cobrar explicações. “A gente tem os rastros dos contatos dele que foram feitos na rede virtual. Então nós vamos localizá-lo com certeza”, diz Barreto.

No Rio de Janeiro, João Marcos Crespo deve responder por crime de racismo. E a busca agora é por quem trocou as mensagens preconceituosas com o estudante. “São pessoas que concordaram com essas mensagens e também estão fazendo divulgar, difundir, uma mensagem discriminatória, uma postura racista”, afirma Veloso.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/01/jovens-ofendem-nordestinos-e-moradores-de-periferia-pela-internet.html

Polêmica em torno do racismo de Lobato pode chegar à Dilma

Brasília - Passados mais de 60 dias desde o início da polêmica gerada em torno do livro “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, que, segundo parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) deve deixar de ser incluído no Programa Nacional Biblioteca na Escola, do MEC, por conter estereótipos racistas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, (foto) ainda não decidiu se homologará o parecer e o processo desapareceu do noticiário.

Por isso, o responsável pela denúncia - o técnico em gestão de Educação, licenciado em Letras e Língua Portuguesa, Antonio Gomes da Costa Neto - entrou com pedido de certidão no Conselho para saber em que pé está o caso. “Como não houve uma posição formal do ministro entrei com pedido de certidão”, afirmou. O prazo para que o Conselho se manifeste termina na semana que vem.

Com a certidão em mãos, Costa Neto pedirá uma posição do Conselho, inclusive porque a Lei do processo administrativo – a 9784/99 -, estabelece prazos.

Segundo ele, os prazos não podem ser ignorados e não descarta a possibilidade de entrar com representação pedindo a intervenção do Ministério Público Federal, bem como a hipótese de recorrer à autoridade hierarquicamente superior ao ministro, no caso a própria Presidente Dilma Rousseff.

Com a homologação do MEC, o parecer passará a ter validade em todo o país. “Caso contrário, será apenas uma norma sem eficácia plena. Os Conselhos Estaduais de Educação não terão obrigação de cumpri-lo”, acrescenta o autor da denúncia, que é branco, e acabou de ser aprovado com louvor como Mestre em Ensino Religioso e as Religiões de Matriz Africana no DF, pela Universidade de Brasília (UnB).

Por: Redação - Fonte: Afropress - 18/1/2011
Fonte: http://www.afropress.com/noticiasLer.asp?id=2516

18 de jan. de 2011

E ainda dizem que não há racismo. É tudo uma questão de afinidade...

JOSÉ ROQUE PEIXOTO em 17 janeiro 2011


Porque será que logo no primeiro paredão temos três afrodescendentes no paredão do BBB? Será que foi pura coincidência? Ou já estamos vendo a marca do racismo entranhado nos participantes aflorando a disputa em busca dos 1,5 milhões de reais?

Uma coisa eu sei. Para atuar como racistas, os brancos não precisam de “afinidade”, formar grupos, ou qualquer coisa parecida para detonar com os pretos. E se formos avaliar, a única tática e estratégia no jogo onde o racismo é parte do todo, é limpar a área, mandando os pretinhos pra casa, e depois os brancos se resolvem como dividem o bolo e como organizam seus blocos.

Sabemos que no paredão só sairá um. Mas o fato de termos três afrodescendentes nos remete a reflexão de logo questionar: POR QUE OS TRÊS SÃO NEGROS? Será que não houve falta de afinidade entre os brancos? Ou a afinidade, no BBB, é apenas uma questão de pele e origem?

Nessa perspectiva, é possível descrever como se dará a ordem de indicação dos paredões até a final: primeiro os pretos. Depois as gordinhas. Depois os tiozinhos (ou o tiozinho). E daí vai seguindo até sobrar os sarados e saradas que tenham o perfil do imaginário coletivo brasileiro: o gostosão ou a gostosa ou os dois, na final.

Fiquemos atentos. Nesse jogo de cartas marcadas, onde vários comemoraram o aumente de participantes negros no BBB, alguma surpresa nada surpreendente haveria de acontecer.

Agora a responsabilidade é da Sociedade Brasileira, travestida de telespectador. Ou votam na Trans e Cabeleireira; ou votam no Homossexual e Jornalista; ou votam na Mulher e Dançarina.

Não sei se é engraçado ou uma catástrofe. Mas até os meios de comunicação estão dando conotação trágica para o fato (http://www.ospaparazzi.com.br/bbb/trio-negro-estreia-paredao-do-bbb...). Mandaram três negros, sendo uma mulher, uma trans e um gay.

Isso me faz terminar com um ditado sexista e homofóbico, mas que cabe para uma reflexão profunda sobre os fatos: “Além de preta, mulher. Além de preto, bicha!” Esse é o pensamento que norteiam os participantes do BBB 11.

No juntemos para derrotar a Racismo o Sexismo e a Homofobia, pois os mesmos serão fortalecidos pela Rede Globo de Televisão nos próximos meses como o show de bizarrices e mediocridades chamado Big Brother Brasil.

Fonte: roquepeixoto.blogspot.com
Fonte: http://correionago.ning.com/profiles/blogs/e-ainda-dizem-que-nao-ha